domingo, 19 de maio de 2013

PREFEITURA NEGOCIARÁ DERRUBADAS DE ÁRVORES!!!


Prefeitura afirma que tentará acordo antes do início do corte de árvores para a duplicação da Avenida Beira-Rio

Manifestantes contrários à derrubada, incluindo a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), reafirmam que não há entendimento possível sem a manutenção dos vegetais

Prefeitura afirma que tentará acordo antes do início do corte de árvores para a duplicação da Avenida Beira-Rio Diego Vara/Agência RBS
Ontem, havia um temor entre ambientalistas e acampados de que o corte pudesse ter início já na madrugada de hojeFoto: Diego Vara / Agência RBS
O polêmico corte de 115 árvores no entorno do Gasômetro, liberado pela Justiça após gerar protestos de ambientalistas, deverá ser retomado nos próximos dias.
Antes de dar continuidade à remoção dos espécimes, porém, a prefeitura promete procurar representantes do grupo de manifestantes contrários à retirada a fim de buscar um acordo. A Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) reafirma que não há entendimento possível sem a manutenção dos vegetais.
O município pretende dar continuidade à derrubada, mas diz que isso só vai ocorrer depois de uma tentativa de aproximação com os ativistas que condenam o projeto — e que inclui um grupo de pessoas acampadas na região. O coordenador técnico das obras da Copa pela Secretaria Municipal de Gestão, engenheiro Rogério Baú, sustenta que a prefeitura está disposta a ouvir sugestões de novas compensações ambientais e se submeter à fiscalização de um comitê que acompanharia o plantio das 401 mudas previstas para substituir as 115 cortadas.
— Não queremos executar o corte sem um diálogo final, ouvir alguma reivindicação de novas medidas que venham a mitigar esse corte, desde que não comprometa os cofres públicos — afirma Baú.
Por meio da assessoria de imprensa, a Agapan informou que defende a alteração do projeto original para poupar a remoção das árvores. Sem isso, não haveria acordo possível. Outro representante dos movimentos sociais, Yuri Flores Machado, afirma que há disposição para diálogo, mas considera pouco provável que resulte em concordância com a retirada da vegetação:
— A minha posição é de nenhuma árvore a menos, assim como a dos grupos de que participo.
Ontem, havia um temor entre ambientalistas e acampados de que o corte pudesse ter início já na madrugada de hoje. A prefeitura não confirmou essa informação. Segundo Baú, como o corte de árvores de grande porte é um procedimento complicado, é necessário também contar com um plano de bloqueio parcial de trânsito por parte da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e monitoramento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam).
O engenheiro da prefeitura acredita que o trabalho de corte poderá demorar de três a quatro dias, se não houver resistência dos manifestantes. Caso contrário, o serviço pode se estender.
Entenda o caso:
– A retirada das árvores é considerada necessária pela prefeitura para evitar um gargalo no trânsito da Avenida Beira-Rio, em duplicação, com a Avenida Presidente João Goulart.
– Em fevereiro, 14 árvores foram derrubadas na Praça Júlio Mesquita, próximo ao Gasômetro, em uma ação que surpreendeu moradores e acabou interrompida por ativistas que escalaram os troncos.
– Em abril, a continuidade das remoções na praça foi proibida pela Justiça por causa de uma lei que prevê a criação do Corredor Parque do Gasômetro no local e que colocava em dúvida a possibilidade de retirar as árvores.
– O Tribunal de Justiça liberou, na semana passada, a remoção dos vegetais para dar continuidade à obra de R$ 119,2 milhões, prevista para a Copa do Mundo.
– Agora, a prefeitura deve retomar os cortes. Mas manifestantes acampados no local prometem resistir à continuidade da derrubada.

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